Louis´s POV
Saah estava estranha há semanas, desde que eu cheguei ela está com uma
cara diferente, será que ela sabe que há algo errado? Eu estou super
cansado, é como se o mundo estivesse nas minhas costas. O tempo todo
estou pensando em como resolver meus problemas, parece que quando tudo
finalmente está dando certo para mim, algo vem tentar me derrubar. Nem
por um momento minha cabeça estava livre, por mais que eu tentasse
relaxar, só conseguia pensar naquilo. Eu estava decidido a dar um fim
naquele assunto de uma vez por todas e simplesmente não consegui. Nós
estávamos jantando e tudo estava tão estranho. Eu queria perguntar o que
havia de errado, mas não queria acabar brigando com ela, não agora,
havia acabado de voltar pra casa.
- Louis, não quero mais casar –
Ela disse do nada e foi como levar um soco no estomago. Meus olhos
saíram da lasanha e foram direto pros olhos dela. Era algum tipo de
brincadeira? – Eu não aguento mais essa coisa estranha entre a gente.
- Você tá falando sério? – eu olhei para os lados, aquilo tinha que ser
uma brincadeira. Ashton Kutcher deve surgir de trás da porta gritando
‘you just got punk’d!’ ou algo assim há qualquer momento – Desde quando
tem algo estranho entre a gente?
- Nós mudamos tanto, Louis. – ela
começou a chorar. Eu raramente via Saah chorando e isso me matava. Eu
odiava vê-la assim, ainda mais sabendo que eu era a causa de tudo isso. –
Eu nem reconheço mais o que a gente tem.
- Saah, eu só estou me
recuperando da turnê, você sabe que é cansativo. – Eu simplesmente não
conseguia contar para ela, eu sabia que ela iria me odiar para sempre.
Eu não queria perder a minha mulher, não mesmo.
- Você nunca
precisou de semanas pra me tocar de novo antes, nunca precisou de
semanas pra olhar nos meus olhos enquanto conversamos, não tente negar.
Eu não tentei, ela estava certa. Com a cabeça em outro lugar, eu não
dava à minha mulher a atenção que ela merecia. Eu simplesmente não me
achava digno de tocá-la, não desse jeito, não sem resolver tudo antes.
Eu não sabia o que dizer, a ideia de perdê-la por conta de algo tão
idiota me doía demais. Ela levantou e eu queria correr atrás dela e
falar pra ela ficar, mas minhas pernas não me obedeciam. Tudo o que eu
pensava era: ‘ela não me ama mais e vai me deixar e eu mereço isso’.
Estava tudo bem mais cedo, ela disse que ia fazer algo especial para o
jantar e perguntou pros meninos se eles queriam se juntar a nós. Ouvi o
barulho do carro, mas parecia tão distante, tão surreal. Como se fosse
um sonho. Ruim, um sonho muito ruim. Levantei e corri, a garagem estava
vazia. Corri até a calçada e vi o carro dobrando a esquina, continuei
correndo o mais rápido do que pude, mas só consegui ver o carro dela
entrando na rua de Harry. Esperava que ela ficasse lá, ao menos saberia
que estava segura.
Voltei para casa com um nó no peito e
dificuldade para respirar [tente correr mais rápido do que você pode
atrás da mulher da sua vida e depois fale sobre minha falta de forma
física] e peguei meu celular, mandando uma mensagem para Harry:
Ela está ai, não está?
Louis.
Caminhei de um lado ao outro do meu quarto, esperando pela resposta.
Minhas mãos não ficavam quietas e, consequentemente, meu cabelo não
ficava no lugar.
Sim, ela vai ficar aqui.
Dê tempo ao tempo, tudo vai se ajeitar.
Você resolveu aquilo?
Harry.
Suspirei. Harry estava certo, ele sempre estava. Eu tinha que resolver
aquilo. Era tarde e eu deveria dormir, mas nada conseguiria me relaxar.
Fiquei jogado na cama, pensando que talvez eu estivesse ignorando os
sinais. Ou que talvez ela já tivesse sacado tudo.
Estávamos
cometendo os mesmos erros de tantos outros casais ao nosso redor. Eu
lembro que havia prometido que não haveria segredos entre nós.
Eu
lembro-me de quando fazíamos promessas bobas e planos para o futuro.
Agora tudo o que escutava dela era que precisávamos trocar as cortinas e
que a luz da garagem havia queimado e eu deveria dar um jeito, do mesmo
modo em que eu perguntava se ela realmente usaria aquele tubinho pink
na festa de Holly.
Lembrei-me de como ela sempre dava um jeito de
ir me ver durante as turnês, ou eu escapava no dia de folga, nem que
fosse só pra passar algumas horas com ela na nossa cama. Ou quando ela
tinha algum sonho ruim e eu a acalmava cantando alguma coisa pra ela até
ter certeza de que ela havia dormido (ou quando eu transformava músicas
do 50 Cent em música de ninar até ela dar gargalhadas).
Talvez a
gente tenha tomado a curva errada em algum momento no nosso
relacionamento, mas ele ainda era a coisa mais importante que eu tinha.
Ela era a coisa mais importante que eu tinha. Uma coisa que meu pai
sempre me disse era que quando achamos alguma coisa que realmente vale a
pena, temos de correr atrás dela se for preciso, não importa aonde isso
nos leve.
Não importa o quanto fosse preciso, eu estava disposto a correr.
Continua ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário