Estava em Chicago há uma semana, saia com Chelsea e tentava por as coisas no lugar em minha cabeça, não que fosse fácil.
Estava em minha cama, olhando para a marca que meu anel havia deixado em meu dedo quando meu pai bateu na porta do meu quarto.
- Filha?
- Pode entrar, pai – Não entendia o comportamento do meu pai,
normalmente ele abriria a porta ou só gritaria ‘o jantar está pronto!’,
mas assim que a porta se abriu, eu entendi por que. Louis estava bem
ali. Durante todo esse tempo em Chicago, eu imaginava como seria revê-lo
quando voltasse para Phoenix. Se ele estaria acabado, me pedindo para
voltar, se ele estaria com outra mulher, nem ligando para mim, ou se ele
se negaria em me ver, mas nunca, nem por um momento, o imaginei na
minha porta.
Ele estava exatamente como eu me lembrava dele. Exatamente como o meu Louis era. Lindo. Suspirei e me ajeitei na cama.
- Tudo bem papai, pode deixar – Eu falei ao notar que meu pai não pretendia nos deixar a sós.
- Certo, qualquer coisa, é só chamar – Ele disse olhando de mim para Louis, como quem diz ‘comportem-se, crianças’.
- Quer se sentar? – Eu disse para Louis no momento em que meu pai fechou a porta.
- Não, na verdade queria saber se você quer sair, conversar em outro
lugar – Ele falou quase sussurrando, a voz dele ainda me causava
arrepios.
- Claro, só me deixe trocar de blusa.
- Ok, vou te esperar lá fora – Ele disse.
Louis me levou para um pub que nós costumávamos frequentar na época de
namoro. Sentamos-nos à mesa habitual, mais no fundo e ele me olhava como
querendo notar se havia perdido alguma mudança nessas três semanas de
separação.
- Você continua ótima – Ele disse.
- Obrigada, você também está muito bem – Eu disse, tentando sorrir.
Bebemos e conversamos amenidades, em nenhum momento ele falou algo
sobre a separação e eu também não disse nada. Éramos como bons amigos
conversando e tomando (muita) cerveja. O sino do pub tocou indicando que
era três da manhã e que eles estavam prontos para fechar.
- Nós
podíamos ir para o meu hotel, você sabe – Louis disse enquanto nós dois
cambaleávamos até um táxi – Só para beber e conversar...
- Eu não sei se é uma boa ideia, Louis.
- Eu não vou atacar você, nem nada disso, se é o seu medo. – Ele disse,
sem saber que o meu maior medo era de eu acabar atacando ele e não o
contrário.
- Vamos – Disse enfim, entrando no táxi.
Assim que
entrei no quarto dele, me arrependi por tê-lo feito. Cambaleei até o
frigobar e peguei aquelas garrafinhas de bebidas. Tive um ligeiro déjà
vu, mas ignorei. Virei uma vodka sem dó e estendi um whisky para ele.
Nossas mãos se tocaram por um único segundo, mas foi como uma centelha
num palheiro, quando vi, meu corpo inteiro estava contra o corpo de
Louis e nossos lábios mostravam que ainda conheciam o ritmo do outro.
Tudo parecia tão certo, a mão de Louis no meu corpo, o suor de nossos
corpos dificultando o despir das roupas, ele me deitando calmamente na
cama. Tudo foi incrível, era como se nossos corpos nos mostrassem que
nós éramos feitos um para o outro.
Acordei na manhã seguinte
achando que talvez Louis e eu pudéssemos acertar nossas diferenças, que
talvez eu não precisasse acabar com meu casamento, que talvez ainda não
fosse hora de ligar para a florista e cancelar tudo. Abri os olhos e
Louis não estava na cama, dei um sorriso malicioso e me preparei para
invadir o banho dele, mas não havia ninguém no chuveiro. Ninguém em
lugar nenhum do quarto. O telefone do quarto tocou e eu o atendi.
- Senhora Tomlinson? Seu marido pediu para que eu ligasse às dez da manhã. O café da manhã está subindo agora.
- Ah, está certo – Eu disse, ainda sem entender direito – Louis deixou
algum recado? – Eu perguntei, me sentindo estúpida por perguntar a uma
estranha o paradeiro do meu ‘marido’.
- Não, senhora.
- Certo – Disse ao ouvir batidas na porta – Acho que é o serviço de quarto, obrigada.
- Disponha, tenha um bom dia – Ela respondeu.
Eu desliguei e abri a porta para o jovem que empurrava um carrinho
cheio de coisas gostosas. Uma pena, visto que minha fome havia sumido
junto com Louis.
Quando voltava para cama é que notei um bilhete na mesa.
Saah,
Sinto muito por não poder ficar aqui até você acordar
Tenho um assunto para resolver em Vegas.
Volto para o café da tarde, você quer ficar e me acompanhar?
Louis.
PS: Alguma chance de você voltar a usar isto?
Em cima do bilhete, o meu anel de noivado.
Que diabos, quando eu achava que estava tudo indo para o caminho certo,
um desvio. Que porra de assunto era essa que era mais importante do que
nosso relacionamento se ajustar? Então eu continuava sendo uma segunda
opção para ele? Ele ia continuar me deixando quando esse assunto
misterioso aparecesse? Vesti minhas roupas e joguei o anel dentro da
minha bolsa. Se Louis achava que seria assim fácil, ele estava enganado.
Eu queria que nosso relacionamento desse certo, mas não desse jeito.
Continua ...
Continua to amandooooo
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