- Louis me solta – Falei entre risadas.
- Agora você pede desculpa – Subiu suas mãos para o meu
pescoço fazendo cócegas.
- Não – Murmurei – Você mereceu.
- A é – Riu – Vou me lembrar disso.
Apenas ri e pedi para ele sair de cima de mim.
- Eu vou me vingar – Disse ele.
- Foi só um banho de água gelada,
Lou – Provoquei.
- Só? Eu posso ficar doente –
Falou indignado – Além do mais não posso ficar sem voz.
Bufei.
- Não começa com o drama.
- Vamos lá em casa? – Louis me
perguntou.
- Fazer o que? Não posso fica
muito tempo lá – Respondi.
- Jogar, comer, fazer alguma
coisa – Riu – Mas o que a senhorita não vai poder curtir à tarde com seu melhor
amigo gostoso?
- Comer – Ri – Lembrei do Niall
agora.
- Foca na minha pergunta – Disse sério
agora.
Estranhei essa repentina mudança
de humor, mas na verdade é que eu não queria falar o motivo, é constrangedor.
- Não – Respondi – Não é nada que
interesse a você.
Ele bufou e me olhou um pouco
irritado.
- Sou seu amigo, porque não vai
me interessar? – Perguntou.
- Eu sei, mas eu não quero falar –
Respondi.
Ele desistiu e suspirou.
- Tudo bem, esquece isso. Vamos –
Falou calmo.
Bom, fiquei um pouco confusa, mas
deixei passar, sempre que eu não quero contar alguma coisa para ele, ele
simplesmente fica me enchendo de perguntas até eu responder, o que dessa vez
não aconteceu.
Saímos do pátio que tinha no grande
prédio em que ele também morava. É, somos vizinhos, e sim, sou vizinha de um
famoso. Meio complicado, e também nunca esperei que um dia fossemos virar
amigos. Eu sempre pensei assim até que um dia ele venho puxar papo comigo.
Sai de meus pensamentos quando
entramos em seu apartamento, que ao contrário do meu, é maior e mais
aconchegante. Me atirei no sofá e perguntei:
- Então, o que vamos fazer neste
exato momento?
- Que tal fazer aquela
brincadeira em que eu pergunto e você responde? – Cínico.
O olhei irritada.
- Louis Tomlinson não insista, eu
não vou falar – Respondi irritada.
- Vai sim, eu vou te obrigar a
falar – Disse.
- Para Louis – Me exaltei.
Ele me encarou um pouco
assustado, mas depois voltou à mesma expressão de antes.
- Eu já disse que não vou falar e
pronto. O assunto é comigo não é com você, para de ser teimoso.
- Mas eu ainda vou descobrir –
Respondeu.
Levantei do sofá e pulei em cima
dele, o que resultou uma situação constrangedora. Eu estava em cima dele.
- Você está muito teimoso.
- E você tarada – Eu corei – Olha
a sua posição – Eu corei mais ainda.
Em um pulo eu me recompus e virei
à cara.
- Eu estava brincando baixinha –
Começou a dar risada.
- Ei, eu não sou baixinha –
Resmunguei.
- É sim – Retrucou.
- Não sou.
- É.
- Não.
- É.
- Não.
- É.
- Não e pronto final.
Fiz biquinho e cruzei os braços.
- Não faz biquinho – Pediu.
- Eu sei que eu fico ridícula fazendo
biquinho, mas faz parte do drama – Brinquei.
- Não fica ridícula – Congelei –
Bem pelo contrário, fica mais bonita.
Eu corei, fiquei um pimentão e “escondi”
minha cara colocando as mãos na frente. Certo, eu gostava dele, mas eu nunca
teria chance com ele, o Lou é famoso, ocupado, apenas olharia para mim como amiga
afinal o que ele iria querer comigo? Sou estranha.
- Vem, vamos jogar video game –
Me puxou em direção a grande sala.
Passamos a tarde inteira jogando
e se provocando, Louis me encheu de comida, pensei que eu ia explodir.
- Eu tenho que ir Lou – Falei largando
o controle e me levantando.
- Mas já? – Perguntou desanimado.
- É não posso chegar atrasada no
meu compromisso – Respondi indo em direção à porta.
- Então é um compromisso? Com
quem?
- É só um compromisso, nada
importante – Respondi me virando e dando um beijo na bochecha dele.
Ele me abraçou e nos despedimos.
Não sei por que ele queria tanto
saber. Na verdade pra mim pagar a faculdade eu trabalho em uma operária, ou
seja, ajudo a construir prédios e casas. Eu nunca falei pra ele, tenho
vergonha, eu sei que não é uma boa opção mentir, mas é vergonhoso, constrangedor,
tinha outros trabalhos, mas não fui eu que escolhi. Mas ai as pessoas se
perguntam, se eu tenho que trabalhar pra pagar a faculdade, como eu posso morar
num prédio luxuoso e no mesmo lugar que um cantor? Bom, minha avó paga o
aluguel com a herança do meu avô, e ele era um homem com bastante dinheiro, e
um dia a minha querida avó ofereceu para pagar a minha faculdade, mas eu recusei,
ela ia gastar muito e eu queria que ela guardasse para coisas mais importantes.
Certo dia eu tive que recorrer ao
meu pai que é agora é casado com outra mulher, e pedi para ele arranjar um
emprego pra mim e ele simplesmente escolheu esse, eu questionei ele sobre isso,
mas ele apenas disse que eu precisava me esforçar e ralar pra conseguir as
coisas que nem ele na época dele. E eu infelizmente não tive escolha.
Hoje tinha uma obra em um lugar
afastado, e esse era meu turno. Quando cheguei em casa fui ao meu quarto e
peguei uma bolsa grande, peguei meu uniforme e coloquei lá, apesar de eu ser
amiga do Louis, sempre tinha algum paparazzi me perseguindo, eles já haviam
criado rumores em que eu e o Lou tivéssemos um relacionamento. E eu não queria
que eles me fotografassem vestindo o uniforme de uma operária. O problema era
que eu não queria que ele descobrisse.
Coloquei mais algumas coisas na
bolsa e sai. Peguei um táxi e quando cheguei lá fui correndo para uma pequena
construção que nós fazíamos para guardar as nossas coisas. Como não nunca tinha
ninguém lá dentro eu me vesti rapidamente, prendi os cabelos e fui aos
afazeres.
Depois de um tempo, eu sai
exausta do trabalho, não podia estar pior, no meio dos meus afazeres uma cólica
se alastrou, e continua até agora. Meu corpo inteiro estava doendo, e sai sem
me importar com o uniforme, com paparazzi, apenas sentei na calçada e fiquei
mexendo no celular enquanto esperava o táxi.
Na hora que o táxi chegou, eu
senti uma luz na minha cara e quando percebi me desesperei, era uma pessoa que
tinha tirado a foto e quando ela percebeu que eu notei, saiu correndo. Eu
gritei para ela parar, mas ela não me deu ouvidos.
Droga. Droga. Mil vezes droga.
Entrei dentro do carro e fui para
casa. Quando sai do táxi fui correndo para o meu apartamento e me tranquei lá.
Fiquei um tempo sentado no chão pensando nas reações do Louis, eu não pude
fazer nada para impedir aquela pessoa, e agora era tarde demais.
Levantei e fui ao banheiro, tomei
um banho quente e depois vesti uma calça confortável cinza com tons claros e
poucos tons escuros, vesti um moletom de cor clara e calcei uma sapatilha
simples. Acessei a internet pelo celular e abri meu twitter, naveguei um pouco
a procura daquela foto e não achei nada, suspirei tranquila. Sai e deixei meu
celular na cômoda ao lado da minha cama. Fiquei pensando e peguei no sono.
Acordei com o barulho do meu
celular vibrando, alguém estava me mandando uma mensagem. Olhei pelo retrovisor
e vi que Louis me ligou duas vezes e por fim me mandou uma mensagem.
O desespero tomou conta do meu
corpo novamente, e eu decidi não retonar e nem ler a mensagem. Apenas fechei os
olhos e adormeci novamente.
Depois de ter caído no sono eu
levantei e arrumei um pouco a minha casa que estava um pouco bagunçada, comi
alguma coisa e sentei no sofá e comecei a assistir TV. Não estava passando nada
de interessante, mas qualquer coisa naquele momento me intertia. Me assustei
quando a campainha começou a tocar freneticamente.
Levantei e abri a porta um pouco
assustada. E fiquei mais ainda quando notei a pessoa que estava a minha frente,
Louis. Ele não estava com uma expressão nada agradável. Empurrou-me para dentro
do apartamento e entrou.
- Por que mentiu pra mim? Por que
não me contou – Perguntou.
- Do que está falando Louis? – Me
fiz de desentendida.
- Simples, da sua foto com o
uniforme de uma operária – Respondeu – Era esse o seu compromisso? Todos os
dias?
- Eu ia te contar...
Fui interrompida.
- Quando? Não precisava ter
mentido pra mim (S/N).
Louis nunca foi tão duro comigo.
E isso estava me atingindo feio.
- Louis, eu trabalho em uma
operária, é vergonhoso, eu tenho certeza que depois disso você nunca mais vai
olhar para mim, sou uma garota comum – Falei engolindo o choro – Estranha que
trabalha em uma operária.
- Pensou errado baixinha – Me surpreendi
– Eu gosto de você do jeito que é, não importa se tem dinheiro ou não, não
importa, importa é como a pessoa é.
- Desculpa – Maldita lágrima que
caiu do meu olho.
- Não chora baixinha – Me abraçou.
- A questão não é essa Louis – Me
afastei – Eu quero que entenda que eu gosto de ti, não como amigo, eu te amo e
machuca também o fato de não ser correspondida – Falei.
Ele arregalou os olhos e franziu
a testa.
- Pode ir embora? – Falei com a
voz embargada.
- Não – Respondeu.
- Louis, por favor – Pedi.
Ele se aproximou e me beijou. Eu
não correspondi, eu estava em choque. Ele se afastou e acariciou meu rosto.
- Se eu tivesse suspeitado disso
antes teria me declaro antes – Falou – O que eu quero dizer é que eu também te
amo, eu sinto a mesma coisa, e quero viver contigo por muitos anos.
- Louis – Sussurrei.
Ele me beijou de novo e dessa vez
eu correspondi, era um beijo calmo, cheio de amor, carinho e outras sensações.
Levei minhas mãos ao seu rosto e quando nos separamos por falta de ar comecei a
distribuir selinhos por todo o seu rosto. Ele me abraçou e me levantou.
- Diz que me ama – Pediu ele
sorrindo.
- Posso gritar? – Perguntei brincalhona.
- Pode – Respondeu dando uma
gargalhada.
- Vamos na sacada – Ele me levou
ainda no colo dele.
- Lou, pode me soltar – Falei.
- Não, só vou soltar quando eu
quiser – Respondeu.
Então ele me carregou até a
sacada e nós avistamos algumas fãs que sempre ficavam por perto.
- Primeiro eu – Falou e eu o
olhei confusa.
- EU AMO A (S/N), MINHA BAIXINHA –
Gritou e eu soltei uma gargalhada acompanhada da dele.
- EU AMO LOUIS TOMLINSON, O HOMEM
MAIS LINDO DESSE MUNDO – Gritei e logo fui calada por um beijo dele.
Encostei minha testa com a dele e
sussurrei.
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