Desci as escadas e fui para a cozinha, minha mãe estava lá com Luiza.
Luiza: Bom dia Giu!
Mãe: Bom dia minha filha!
Eu: Tomara que seja um bom dia mesmo!
Mãe: Vai ser sim, pode ter certeza!
Eu: Vou ter que ir para o hospital, fazer transfusão de sangue e começar a quimioterapia... é muito ruim para mim, vocês não tem ideia... eu não estou conseguindo assimilar tudo isso! –comecei à chorar http://animespirit.com.br/
Mãe: Calma Giulia, você vai conseguir vencer isso tudo!
Luiza: E Giu, eu estou com você, não vou te abandonar por nada!
Eu: Eu sei, só não sei se vou conseguir.
Fomos para o hospital, Luiza não saía de perto de mim... Fiz a transfusão tranquilamente, fora que eu tive que ser furada mais uma vez, porém já estava acostumada e vai ser assim de agora em diante. A quimioterapia é uma merda, da enjoo, mal estar, a sensação é horrível.
1 SEMANA DEPOIS
Acordei totalmente indisposta, hoje eu faria quimioterapia novamente, é todos os dias, isso acaba comigo. Levantei ficando sentada na cama, olhei para o travesseiro.
Eu: Não acredito! NÃO.
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Mãe: O que aconteceu Giu? –disse entrando no quarto
Eu: Meu cabelo.
Passei a mão no meu cabelo e saiu muito cabelo na minha mão, cada vez que eu tocava mais cabelo caía.
Mãe: Giu, não fica assim.
Minha mãe tentou me abraçar mas eu me encolhi abraçando minhas pernas e chorando, eu estava desesperada, eu estava em choque... as coisas estão acontecendo rápido de mais comigo. Por que tem que ser assim? Percebi que minha mãe também estava chorando, ela não aguentava me ver chorando, parece que ela sente a minha dor. Ela sentou na minha cama, perto de mim e me abraçou sem dizer uma palavra, ela queria me confortar, e ela consegue, mas acho que nesse momento ninguém conseguiria.
Mãe: Giu, eu não queria falar isso, mas você vai ter que... que... que raspar a sua cabeça.
Aquelas palavras me doíam mais, faziam com que eu desistisse de viver, aquilo pra mim não era normal... eu não queria perder meu cabelo. Eu sei que depois cresce, mas demora.
Eu: Eu não quero mãe, eu não quero!
Mãe: Filha, eu também não queria que isso tivesse acontecendo, que você tivesse que fazer isso, mas infelizmente é assim.
Eu: Mãe, por que isso está acontecendo comigo?
Mãe: Eu também não sei... preferia que fosse comigo do que com você.
Minha mãe me abraçava cada vez mais forte, chorava comigo...
Mãe: Olha Giu, eu também vou raspar minha cabeça, não é tão difícil assim.
Eu: Mas mãe, eu estou com câncer, é diferente!
Mãe: Por você eu faço tudo, você sabe disso.
Minha mãe me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto, voltou com uma coisa horrível, uma máquina de raspar cabelo, eu fiquei mais apavorada ainda ao ver aquilo na mão dela.
Mãe: Vem, confia em mim.
Quando eu era criança, minha mãe que cortava meu cabelo, sempre confiei nela, mas agora não sei se conseguiria. Ela colocou uma cadeira no “centro” do meu quarto na qual eu me sentei... eu só via cabelo caindo não chã, sinceramente, eu não sabia quem chorava mais, se era eu ou minha mãe. Em poucos minutos minha mãe desligou aquela máquina, foi para a minha frente, se abaixou e disse:
Mãe: Você está linda, sempre foi... não vai ser por isso que você vai se isolar tá?
Concordei com ela, fui ao banheiro, nem quis me olhar no espelho. Fiz minha higiene, tomei uma banho e me vesti: http://www.polyvore.com/
Sim, eu coloquei uma touca, não queria que ninguém me visse careca. Cheguei na sala e minha mãe também havia raspado a sua cabeça, mas diferente de mim, ela estava com um lenço amarrado na cabeça. Fomos para o hospital, novamente quimioterapia!
..........CONTINUA.......
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